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sexta-feira, 1 de maio de 2015

Marimbondos (Hymenopteros: vespídeos)




vespas ou maribondos fonte: macrofotografiaonline.blogspot.com
Os Maribondos do Brasil
Todo mundo conhece estes insetos, são temidos por sua picada dolorosa, eles podem ser sociais(viver em ninhos em grandes quantidades) ou solitários. Cada região do país assim como os outros animais, possuem nomes diferentes (nomes populares) Este trabalho tem como objetivo informar um pouco sobre esses insetos que está presente na nossa vida cotidiana. Aqui serão ressaltadas as principais características destes insetos e sua importância para o homem. 



Os Marimbondos
 Maribondo são vespas (família vespidae) fazem parte da ordem Hymenoptera que incluem as abelhas, mangangás e as formigas. 
“São marimbondos aqui no Brasil, como são vespas em Portugal, “guêpes” na França e “wasp” onde se fala o inglês, embora rigorosamente, as vespas ou marimbondos, propriamente ditos, deveriam ser considerados espécies da família dos vespídeos.” (Os insetos vol:2 capítulo VII Marimbondos. Eurico Santos – Zoologia Brasílica).
Como vimos a definição “Marimbondo” é um nome popular de se referir as vespas, estas, que se assemelha muito com suas “parentes” abelhas, da família dos apídeos. 
“Sentindo a dificuldade de uma definição suscinta, precisa, foi que Lucien Berland entrou nas seguintes explanações. Escreveu ele ²²: “os  hymenopteros, portadores de ferrões, considerados como superiores, pelo desenvolvimento de suas funções psíquicas, são formigas, abelhas e marimbondos.”
Você já reparou que estes indivíduos são realmente muito parecidos? Imagine um marimbondo sem asas, uma formiga com asas (apesar de existirem) de fato!, não é atoa que fazem parte da mesma ordem (Hymenopteros) diferenciando somente nas famílias e dentro das famílias diferenciando-se em espécies.
Para entendermos um pouco mais esse “parentesco” entre estes animais, vamos relembrar o que é uma (ordem) dentro da zoologia.
Ordem em zoologia a “grosso” modo é um grupo de indivíduos que compartilham entre si determinadas características, estas características são encontradas em todos os animais das famílias pertencentes desta ordem. Por exemplo, a ordem Hymenoptera  (hymen = membrana; ptera = asas) nesta ordem todos os indivíduos compartilham a característica de possuírem asas membranosas. Mesmo as formigas, em determinado período de sua vida, (no acasalamento) possuem asas, e estas asas apresentam esta característica da ordem hymenoptera.
A família por sua vez apresentam características anda mais restritas nos indivíduos que a constituem.
“As abelhas os marimbondo ou vespas assemelham-se a tal ponto que o próprio naturalista, às vezes, precisa os olhar de perto para bem distingui-los, pois tem o mesmo formato de corpo e também a mesma indústria: uns e outros, fazem buracos na terra e na madeira, sabem trabalhar de pedreiro etc..”


Qual a diferença entre um maribondo e uma abelha?
Alem da diferença taxonômica (família e espécie) existem muitas outras diferenças entre estes animais, por exemplo, a alimentação. Segundo a literatura em relação à nutrição das larvas: “As abelhas não as alimentam senão de mel, quer dizer substancias de origem vegetal, enquanto os maribondos lhe dão alimento animal: insetos, aranhas, previamente paralisados. Convém notar desde já que maribondo é o único inseto que sabe imobilizar a sua presa”.
                                                                           
Abelha e vespa. fonte www.webbee.org.br

                                                                         
Vespa mobilizando lagarta. fonte:detectandoarealidade.blogspot.com
                                                                             
Vespa mobilizando aranha. Fonte: www.ninha.bio.br

                                                                       



E qual a semelhança?
Bom, ambos pertencem a mesma ordem (hymenopteros), o mesmo reino (animal) e o mesmo phylum ( arthropode). E segundo a literatura: “(...) pode se assinalar que os maribondos, bem como as abelhas, possuem grupos parasitários que vivem as expensas de outros”
Como é o caso de uma espécie do gênero Traumatomutilla popularmente chamado de “Oncinha” uma vespa que parece uma formiga. Todas as espécies vivem “à custa” de abelhas solitárias e mangangás.             
                                                                      
vespa oncinha. animal do gênero Traumatomutilla.




Biologia dos Maribondos
Começa aqui nossa viagem ao mundo destes insetos fascinante. A seguir ao longo do texto irei colocar fragmentos mais extensos do livro: Os insetos volume-5 Zoologia Brasílica de Eurico Santos.
“(...) cerca de 180.000 espécies de hyminopteros já foram assinalados, mas calcula-se que talvez existam 1.000.000.”
“Prosseguindo a caracterização e a biologia dos maribondos, diz o autor de que nos estamos valendo: “o Talhe dos maribondos varia enormemente: uns apenas medem 2 a 3 mm, o que é quase excepcional, sendo o talhe médio de 12 a 15 mm, havendo muitas formas, como certo hyminoptero francês, o Scolia Flavifrons que chega a 40 mm”
Alimentação:
“Os insetos de que estamos tratando vivem, exclusivamente, como quase todos os hymenopteros, de néctar, líquido açucarado que se encontra nas flores.Se eles caçam notadamente aranhas, lagartas e outros insetos não é para se alimentar deles, mas para a alimentação das larvas.
Quer dizer que só são carnívoros, na fase larval e quando adultos quase todos, como dissemos, vivem de substancias açucaradas que encontram nas flores e frutos.
Em geral assim é, mas se conhecem espécies que caçam abelhas domésticas para se alimentar do conteúdo açucarado que o seu estomago contém. Trata-se da vespa chamada “philanthe apivore”, na frança, que constitui uma praga da apicultura.”  

              
Philanthe apivore - considerada praga na apicultura na frança. Fonte:  www.biopix.net

                                                                         





                                                       

Vida social:
“Entre os vespídeos, como em geral acontece na ordem dos hyminopteros, os machos vivem em plena ociosidade. A fabricação do vespeiro, a defesa, a postura e a alimentação da prole estão a cargo da fêmea. O macho, que em se quer tem ferrão, não picando, portanto, apenas tem por tarefa fecundar a fêmea, findo o que quase sempre desaparece.
A vida de trabalho da fêmea em breve esgota-se e dentro de algumas semanas em certas espécies e alguns meses noutras, a decrepitude e a consequente morte, alcança-as.
Quando as primeiras obreiras já nasceram, a mãe fundadora do vespeiro (ou as mães pois são, muitas vezes duas ou três, os chamados ninhos políginos) se consagram só à postura. As obreiras então se dedicam aos vários serviços: nutrir, construir, entre Polistes onde  a fêmea poedeira, segundo recentes estudos, efetua certos trabalhos das obreiras. Entre as vespas sul-americanas, a divisão de trabalho é mais rigorosamente observada.
A fêmea Polistes que podemos chamar de fundadora do vespeiro, que passa o inverno em qualquer seguro abrigo, começa na primavera, a bela estação, a construir o vespeiro em lugar que achou conveniente: muro exposto ao sul, um rochedo, galho de árvore , etc.. A fundadora constrói um pedúnculo, espécie de eixo, que ela cobre de células. Não espera que o ninho esteja terminado para fazer a postura. Os ovos, fixados por uma substancia adesiva, dão nascimento às larvas destro de 5 a 8 dias. A larva que nasce é nutrida pela própria mãe, a fundadora. O mel é uma substancia especial da nutriz, análoga à geleia real das abelhas, constitui o primeiro alimento das larvas. Depois disso começará a larva a receber alimento animal: insetos e aranhas para Polistes e outras vespas, e carne para outras. Esta alimentação das larvas é compensada porque elas regurgitam uma saliva de que se aproveita a nutriz.
Quando a larva atinge a idade de vinte dias, mais ou menos, tece um casulo no alvéolo de cartão onde nasce e aí fica ainda vinte dias, saindo então o inseto perfeito, quarenta e cinco a cinquenta dias após a postura. Este inseto perfeito não é uma fêmea, como a fundadora, mas um neutro, individuo do sexo feminino cujos ovários não se desenvolveram. Estes neutros, ou obreiras, são, por vezes, difíceis de distinguir das fêmeas, entre polistes , em particular; somente o comportamento do indivíduo poderá dar esta distinção. Nem a forma, nem a cor permitem distinguir uma fêmea de uma obreira. Entre outras vespas as diferenças são mais acentuadas, mas ainda assim jamais atingem ao que se pode observar, por exemplo, nas abelhas.
Em  relação as castas e os fatores que as determinam, as pesquisas de Deleurance trazem alguns esclarecimentos, ao menos em relação a Polistes . As primeiras posturas da fundadora produzem unicamente obreiras, mas já as seguintes dão fêmeas iguais a fundadora. Em seguida surgem os machos.
                                                              
Vespeiro de Polistes SP. Fontept.depositphotos.com

A importância dos Maribondos.
“(..)  todos são uteis ao homem porque as suas larvas parasitam espécies inimigas da lavoura. Numerosos lepidópteros, incluindo neles, o curuquerê, e a lagarta-rosada. Tem como inimigos estes icneumonídeos. O modo de ação consiste no fato destes pequenos hymenopteros porem ovos no corpo das lagartas, nas larvas de besouros e até larvas e moscas, que assim não chegam à fase de inseto adulto.
Outras famílias de pequenas vespinhas tem hábitos semelhantes, como os cinipídeos, brancnídeos, sendo os primeiros os causadores de galhos e os segundos muito úteis no controle da mosca-da-fruta.”                                                                         


                                                  
Besouro parasitado por larvas de vespas fonte: ecologiadeinsetos.blogspot.com

                                                                     






A construção do vespeiro.
A seguir será relatada a construção de um vespeiro segundo a espécie Polybia occidentalis acutellaris.  O vulgarmente chamado de Camoatim.
“Quanto da construção do camoatim ou vespeiro, observa-se a divisão do trabalho, embora a especialização do trabalho não acarreta diferenciação morfológica entre os insetos e por isso uma mesma vespa é capaz de desempenhar diversas funções, como passaremos a minuciar.  Enquanto umas vespas trazem polpa de madeira em forma de bolinhas que sustêm entre as patas dianteiras, outras trazem umas gotas d’água, indispensáveis para a polpa de madeira e formar cartão. Estas vespas aguadeiras cedem a carga ao vespeiro, aos artesões, encarregados da tarefa mais delicada que é construir as células hexagonais que constituem o panaldispostas em sentido aproximadamente horizontal a modo de andares com células olhando para o chão.

Imagem de Vespeiros. Livro Os insetos, Eurico Santos, Zoologia Brasílica figura 41. 
Conclusão.
“Uma vespa social destrói, diariamente, grande número de moscas e lagartas. Não mateis, pois, inutilmente, as vespas que por acaso são encontradas voando, elas jamais sonham em picar alguém senão quando atacadas. Uma vespa menos são centenas de moscas e milhares de lagartas mais.” (frase retirada do livro Os insetos. Eurico Santos).

Gostaria de ter mencionado as principais espécies de vespas daqui do Brasil, infelizmente ficaria muito extenso o post, então resolvi colocar as características gerais que a maioria das espécies compartilha. 

Principal fonte de conteúdo: Livro Os insetos volume 5. Eurico Santos. Zoologia Brasílica.
Valeu! até até a próxima!