Mangangás, Abelha de rodeio, Mamangaba, besouro Mangangá. Todas estas são denominações populares desses insetos dependendo da região. São pertencentes à ordem Hyminóptera que inclui as vespas abelhas e formigas. A denominação Besouro mangangá deve-se por estes insetos se parecerem muito com um besouro (ordem Coleoptera), mas de besouros eles não tem nada a não ser a pertencerem o mesmo filo(latim =phylum),o filo dos arthropodes (animais que possuem um exoesqueleto= esqueleto externo).
As mangangás podem ser insetos solitários ou sociais, como o gênero Bumbus que são sociais, o mais conhecido sendo que a maioria são solitários. Aqui no interior de São Paulo em minha região são chamadas estas enormes abelhas de Mangangava, Aqui em minha região são muito temidas pelos populares, pois reza a crença de que a picada desses arthropode (filo constituído por animais que possuem um exoesqueleto- esqueleto esterno, possuem pés articulados) pode causar até febre! De fato a picada desse animal é muito dolorosa eu nunca fui picado mais segundo a literatura “A picada dos mangangás é, talvez, a mais dolorosa de entre as de todos os insetos e não há vestimenta que impeça o aguilhão de injetar o veneno que provoca dor violenta, mas relativamente passageira” (livro:Os insetos vol 2. Eurico Santos, Zoologia Brasílica) No entanto não são todos os indivíduos que conseguem picar, por exemplo o macho não possui agulhão (ferrão) só as fêmeas possuem. As pessoas costumam ao ver uma mamangaba abater o inseto temendo que possam ser atacadas, quando na verdade estas abelhas não são agressivas quando em minoria ( a maioria das espécies deste gênero são insetos solitários), elas só atacam quando se sentem ameaças, na maioria dos casos esses animais são abatidos dentro de residências tentando achar algum lugar para escapar, nesse momento o animal se sente ameaçado e estressado e é quando acontece de atacar alguém. A morte desse tipo de inseto trás um grande problema ambiental uma vez que são insetos polinizadores, eles contribuem com fecundação das plantas, contribuem para o fluxo gênico dos vegetais (mantendo a espécie na natureza) muitas espécies de plantas dependem de insetos como a mamangaba para se reproduzir e gerarem seus frutos como a castanha do Pará e o maracujá, frutos estes que nós seres humanos consumimos.
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Mamangá coberto de pólen |
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Mamangá se alimentando de néctar |
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Inseto da espécie Bumbus medius Cresson, 1863, mangangá macho
(imagem retirada do livro: os insetos vol -2 Eurico Santos - Biologia Brasílica)
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O que fazer quando uma mamangaba entrar em casa?
Primeiramente procure manter a calma, o inseto não vai te atacar se você não provoca-lo. Se possível feche o comudo onde o animal se encontra, muito cuidado com as crianças e com pessoas alérgicas. Abra todas as janelas do comudo e portas que dão pra fora da casa, assim é fácil do animal sair. Não tente obriga-lo a sair tocando-o com pano ou com qualquer outro objeto, você correrá o risco de ser atacado, o inseto não sabe que você quer q ele saia, ele verá isso como uma ameaça e isso pode levar á ataca-lo. Deixe-o que saia sozinho tendo todas as janelas aberta será fácil que ele descubra o caminho.
Como saber se é um macho ou uma fêmea?
Mangangás possuem dimorfismo sexual o que é isso? Nada mais é que possuírem diferenças anatômicas e físicas entre macho e fêmea e essas características nos possibilitam de distinguir um sexo do outro. Por exemplo, em seres humanos o homem é diferente da mulher. As mulheres possuem glândulas mamárias bem desenvolvidas (para a lactação) Nos homens estas glândulas estão lá, mas não são desenvolvidas. Outras características também são visíveis como as genitálias e a massa muscular, que nos homens é maiores do que nas mulheres. Outras características internas também diferem o homem da mulher como os órgãos reprodutores.
Segundo a literatura “O mangangá (...) são insetos grandes e, digamos mesmo, de corpo robusto e em geral piloso. Os dois sexos nestas abelhas, diz Moure, facilmente se distinguem por uma série de caracteres morfológicos secundários, de que enumera, a seguir, os de mais fácil observação: Macho: 13 artículos; segmentos metassomáticos (abdômen a contar de parte estrangulada ou pedunculada, pois na realidade o primeiro segmento está unido ao tórax e denomina-se “propodeo” ) em número de 7, sendo ás vezes o último não muito aparente; falta de ferrão. Fêmea : antenas de 12 artículos; seis fragmentos metassomáticos; com ferrão venenoso. Operário: entre as abelhas sociais (no presente caso só em Bumbos) São fêmeas atrofiadas, que se distinguem pelo tamanho menor.”
Como vimos para um leigo é muito difícil identificar o macho da fêmea, apesar de possuírem dimorfismo sexual. Por isso devemos sempre tomar cuidado ao nos depararmos com um inseto desse e sempre respeita-lo não só pela sua periculosidade mais sim pela suam função na natureza. Tudo na natureza tem um por que, nada esta aqui por acaso.
(se não conhecemos o animal não devemos manusea-lo)
Entendendo alguns termos do texto acima
Piloso: peludo, com pelos.
Caracteres morfológicos secundários: são características do indivíduo adquiridas após a completa formação (fase adulta).
Segmentos metassomáticos: são segmentos encontrados no abdômen dos insetos.
Artículos: esta se referindo aos colmos que formam as antenas.
Um pouco sobre a biologia dos mangangás
Segundo a literatura, muito pouco se sabe sobre estes insetos, acredito eu que essa falta de conhecimento esta relacionada a pouca importância econômica do gênero, uma vez que seu mel não é utilizado pelo homem e sua peçonha não tem importância medicinal.
O gênero mais conhecido destas abelhas são as do gêneroBumbus. segundo J.Moure, talvez o mais vulgar (comum, popular) da Bahia ao Rio Grande do Sul. R. Lhering escreveu sobre elas:
“Fazem seu ninho escondido entre touceiras do campo. O arranjo interno dessas habitações é muito simples; há alguns potes em que é armazenado o mel, aliás pouco e de má qualidade. Esses potes não são outra coisa senão casulos velhos, feitos pelas larvas durante a sua evolução, O fato mais curioso é o que se observa com relação ao inicio da criação das larvas. A fêmea dispõe os ovos em uma bola, que é uma mistura de pólen e mel; encontrando desde logo seu único alimento nas próprias parede do berço, se criam carcomendo a parede por dentro e as abelhas obreiras continuamente engrossam por fora. Com isso a bola inicial, pequena, vai crescendo e aos poucos tomando feições de abóbora-moranga, com tantos gomos quantas forem as larvas, até que cada uma destas ocupe compartimento especial, que é sua célula. Quando não se alimentam mais revestem o ambiente com um fino tecido de seda e então passam ao estado de ninfa. Nunca encontramos ninhos com mais de 500 habitantes; há muitas rainhas na mesma colônia e bem poucos machos. Estes distinguem-se pelo maior comprimento das antenas e por não terem ferrão. (...) Alimentam-se de pólen das flores. As espécies que observei, umas fazem ninho nas tábuas das cercas e outras no solo em galerias que descem fundo em ziguezigue.
O mel destas espécies não é utilizado pelo homem.” (livro:Os insetos vol 2. Eurico Santos, Zoologia Brasílica)
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Espécie em ninho feiro no solo |
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Espécies em ninho feita na madeira |
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Interior do ninho do mangangá.
(imagem retirada do livro: os insetos vol -2 Eurico Santos - Biologia Brasílica) |
Conclusão
Quis deixar aqui um pouco do que sei e pesquisei sobre esse inseto que pra mim são muito interessantes.
As criaturas de Deus são fascinantes e todas elas têm suas funções para o equilíbrio da natureza. Assim como nossa função é cuidar para que esses seres continuem fazendo seu papel fundamental pra a vitalidade das espécies, nós dependemos uns dos outros aqui, então a próxima vez que ver um animal em sua casa ou pela rua pense nisso. Conhecer é fundamental para proteger. Ao longo das minhas postagens pretendo trazer mais sobre animais do dia-a-dia que são de extrema importância e que infelizmente a pessoa não conhecendo acaba matando a pobre criatura. Muito obrigado a você que leu este simples artigo. Até mais!
Principal fonte: a principal e única fonte desta postagem fui retirada do livro: Os insetos vol 2. Eurico Santos, Zoologia Brasílica. Editora Itatiaia limitada.